painel-lu-paternostro

Chamo-me Luciana G. Paternostro e assino minha produção artística como Lu Paternostro.

Formei-me em Licenciatura em Educação Artística – Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, de 1982 a 87, onde tive a oportunidade de ser aluna e monitora de importantes artistas brasileiros como Julio Plaza, Nelson Lerner, Evandro Jardim, Regina Silveira, Donato Ferrari, Donato Chiarella, dentre outros. Em 2001, por conta de minha atividade como curadora e produtora de conteúdos para o turismo, me pós graduei em Planejamento e Marketing Turístico, pelo SENAC-SP.

Considero-me uma artista multimeios por conta da minha diversidade de expressões, técnicas e explorações ao longo destes quase 40 anos dedicados à arte, criação, ao design, ilustração, à fotografia e à publicidade, gravitando de temas mais introspectivos e autorais, até mensagens comerciais.

Por conta de minha formação em Artes Plásticas procurei, ao longo do tempo, e na medida do possível, separar bem o universo da arte do universo do design.

Como designer e ilustradora desenvolvi uma série de ilustrações digitais e temáticas, a Série Traços do Brasil, materializada em painéis temáticos, rótulos, objetos, embalagens e outros meios. A ideia da série é promover, através das empresas e de minhas ilustrações super coloridas, temas e aspectos de nossa cultura mais tradicional, cheia de sabedoria e riqueza, que está, infelizmente, se perdendo de nós, brasileiros.

A pesquisa dessa série me colocou em contato com artistas e artesãos conhecidos e não conhecidos do mundo que, com suas filosofias de vida, sabedoria, a forma como se expressam em suas artes, influenciaram sobremaneira, com a simplicidade de seus temas, minhas pinturas a partir de 2019.

Tenho vários mestres inspiradores e grupos de artistas anônimos como Ariano Suassuna, Antônio Poteiro, os artesãos do Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, os mestres do barro do Alto do Moura, em Caruaru/ PE, a estética do Lampião e Maria Bonita, personagens do sertão nordestino. Os ex-votos, uma manifestação em forma de arte sem querer ser arte, da fé do povo, escondida nas igrejas do Brasil. As festas típicas com sua musica, coreografia e vestimentas, os bens e saberes tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, os instrumentos musicais feitos por artesãos, a literatura de cordel, arte do diário, cheias de histórias fantásticas, lendas urbanas e cultura local. A arte do Brasil, a tradicional, é de uma riqueza imensa, mas que o próprio brasileiro não tem acesso e por isso, não a sabe valorizar. Explorando meu site, poderá ver parte de minha produção de arte, design.

Mundos Intrincados

Já na arte, a série que destaco e que marcou minha produção artística desde 1982 é a série Mundos Intrincados, texturas que contam histórias, histórias que contam desenhos.

A série nasceu do ato de ficar desenhando enquanto falava ao telefone, bem antigamente.
Da forma fluida da escrita, ia criando vários mundos de personagens vindos de meu imaginários e que vão sendo desenhados num continuo incessante, compondo a obra em si. Extravasam, de forma geral, os limites do espaço pictográfico, mas, quando viram arte, passam a acontecer dentro de uma composição, de uma macro-forma que os contém e disciplina, muitas vezes de forma bem sutil.

Quero que as pessoas vejam uma obra abstrata de longe, mas quando se aproximem, vejam um outro mundo, figurativo e até perturbador. Cada desenho, quando vistos de perto, formam uma filigrana de infinitas personagens que vão vindo em minha mente, em formatos de histórias e situações prontas. Elas brotam!

Já a macro-forma, funciona como um atractor, termo da física matemática contemporânea que pode ser definido como o conjunto de comportamentos característicos para o qual evolui um sistema dinâmico, ou seja, as figuras passam a “acontecer” segundo uma determinada “regra”. Esse jogo de longe e perto vai sendo descoberto com o tempo, pela pessoa que tem a obra perto de si e pode vê-la todos os dias.

A primeira obra da série Mundos Intrincados, hoje na residência de particular, foi feita sobre um papel comprido, onde desenhei pequenas pautas. Sobre elas, com uma caneta nanquim, ia desenhando tudo o que me vinha à cabeça, o que ouvia nas conversas das pessoas quando levava o desenho para fazer na faculdade ou quando ouvia propagandas na televisão. Haviam desenhos de carrinhos, maquinas de lavar, sabão em pó, etc… Até que um fato aconteceu na minha vida e que resolvi desenhar como se contasse uma história em imagens, ou desenhos. E um todo interessante se formou! Daí não parei mais, até mais ou menos 2016, onde fui escasseando a série, só sendo feita, por encomenda, para particulares ou empresas.

Cada desenho desses demora muito, por isso fiz poucos, ao longo de todos estes anos. É a minha série mais preciosa. Neste link pode-se acompanhar em um vídeo em time lapse, o desenho da obra “The Guest World InterContinental” by Lu Paternostro.

Hoje tenho um acervo limitadíssimo dessas obras. Fiz uma seleção e subi na Saatch Art. Algumas delas são NFT e estão no Opensea. São NFT a numerações de tiragens e não a obra toda. Nem a original. As tiragens são de 10 a 30 unidades, no máximo. Tenho uma loja, porém a venda das obras dos Mundos Intrincados, são tratadas diretamente comigo ou diretamente no site Opensea. .

Desenho do Dia

Na linha dos grafismos em preto e branco, em 2013, resolvi fazer uma série que chamei de “Desenho do Dia”, onde faria um desenho a cada dia, de situações ou que eu passasse, como a perda de uma cachorrinha, ou de historias que via na imprensa. Comecei os desenhos em 1 de julho de 2013 e finalizei em e de julho de 2014. Série feita em nanquim sobre papel. Veja aqui. Podem ser vistas em 12 catálogos online aqui.

Pinturas e outras técnicas

Em 2015 comecei a criar uma série de pinturas, intensificando a produção a partir de 2019, sempre inspirada na ideia dos “mundos, multiplos e multi-mundos“, sendo o múltiplo variável um tema recorrente em minha produção. Para ver algumas pinturas, clique aqui.


EXPOSIÇÕES PERMANENTES:

“Homenagem à Amazônia” com os painéis “O Grande Pássaro” , “Uma homenagem a Manaus”, “A Lenda da Vitória Régia”, “Lenda das Amazonas”, “Lenda do Guaraná”, “A Lenda da Iara” e a “Lenda do Boto”. Todos os painéis são acompanhados por um QR code que leva à imagem dos painéis e um pouco do tema. Acesse aqui.
Local: Manaus Airport, Manaus/ AM.

“Recortes de Manaus”. Exposição fotográfica junto com o fotografo Sergio Fecuri, nos corredores de todo o hotel. Projeto expográfico e orientação patrimonial .
Local: Manaus Airport. Manaus/ AM.

“The Guest World InterContinental”.Painel temático da série Mundos Intrincados.
Local: Hotel InterContinental São Paulo. São Paulo/SP. Veja detalhes aqui.

“Uma Homenagem ao meu País”. Série de cartazes com ilustrações sobre os temas do Brasil.
Local: Let’s Idea Brasília Hotel. Brasília/ DF

“Mundo Novartis do Bem e do Mal”. Painel temático da série Mundos Intrincados. Para ver o case, clique aqui.
Local: Novartis. São Paulo/ SP

EXPOSIÇÕES:

• Exposição “Mundos Intrincados”. Higienópolis Hotel. São Paulo/ SP. Novembro e Dezembro de 2016 e Janeiro e Fevereiro de 2017.

• Exposição “Uma Homenagem ao meu País”, Yate Clube de Brasilia. Dezembro de 2016.

Exposição “Uma Homenagem ao meu País”, Casa Thomas Jefferson. Brasilia/ DF. Março de 2016.

Exposição Feira Parte, com Galeria Casa das Artes. Novembro de 2015.

Exposição Permanente “Uma Homenagem ao meu País”, Metrô de São Paulo. Outubro, Novembro e Dezembro de 2015.

• Exposição Coletiva na Toyo Art Design. São Paulo/ SP. De 23 de Julho a 29 de agosto de 2015.

• Exposição “Mundos Intrincados”. Minas Centro. Belo Horizonte/ MG. De 20 a 24 de Agosto de 2013.

• Exposição “Mundos Intrincados”.  Centro de Convenções Imigrantes. São Paulo/ SP. De 02 a 07 de Julho de 2013.

• Exposição Itinerante “Mundos Intrincados” no Metrô de São Paulo, 10 a 30 de Abril de 2013, Estação Metrô Alto do Ipiranga e outras de cultura.

• Exposição Itinerante “Mundos Intrincados” no Metrô de São Paulo, 10 a 30 de Maio, Estação Clínicas.

• Exposição Itinerante “Mundos Intrincados” no Metrô de São Paulo, 10 a 30 de Junho, Estação Santana.

• Exposição Itinerante “Mundos Intrincados” no Metrô de São Paulo, 10 a 30 Julho, Estação Largo Treze de Maio. 2013

• 6a Bienal do Esquisito, Museu do Olho Latino, Atibaia/ SP. Maio, 2012

• Exposição Itinerante Internacional “Um Livro sobre a Morte”. Participação com 4 trabalhos da série Mundos Intrincados. Exposição no MuBE em São Paulo e em outros países. Em 2009.

• Artista selecionada com a obra “Mundos Kaóticos”, para o 1º Salão de Belas Artes de São Paulo, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. 2008

• Coletiva “Exposição e Eventos”. Museu de Arte Brasileira. 1985

• Coletiva Anual. Museu de Arte Brasileira da FAAP. 1983 e 1984

 PRÊMIOS:

Menção Honrosa no 7º Prêmio A CASA – Museu do Objeto Brasileiro, 2020 com o prato irregular da serie Mundos Intrincados.

• Primeiro Lugar – Categoria Fotografia – II Prêmio “Metropolitana Fiat”. Com ensaios fotográficos. Espaço Cultural Metropolitana. 1989.

• Medalha de Prata – Categoria Pintura – Primeiro Prêmio UNAP de Artes Plásticas. União Nacional dos Artistas Plásticos. 1985

PUBLICAÇÕES:

• Revista ZUPI – 1º Edição. Artista selecionada dentre mais de 2.000 designers nacionais e internacionais. 2006

• Catálogo do 1º Salão de Belas Artes de São Paulo

• Catálogo Feira Parte 2015, como destaque do catalogo com a Obra Caos. da Série Mundos Intrincados, junto com a Galeria Casa das Artes. São Paulo/ SP.

ACERVO:

• Obra “Giramundo” doada para o acervo histórico do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo. 2010

• Foto premiada no II Prêmio “Metropolitana Fiat”. Espaço Cultural Metropolitana. 1989, doada para a Fundação Casper Líbero.

PALESTRAS:

• “Você como curador: Breves reflexões sobre a curadoria doméstica” – 1º Congresso Nacional de Casa e Decoração, novembro de 2014

EXPOSIÇÕES VIRTUAIS:

“Um Labirinto do Oco” . Uma exposição virtual que representa o processo angustiante da busca de sentido no interstício entre um trabalho e outro. O caminhos de um ser possível que pode levar ao absolutamente nada.

“Desenho do Dia”. Percebi que um único dia esconde inúmeras histórias. Um dia eu resolvi olhar para elas e ouvi-las fora, mas ressoando dentro de mim. Passei assim, durante um ano, desenhando um desenho por dia e contando, através deles, inúmeras histórias.

“Histórias do Universo dos Falantes” Série de 40 caixas de histórias do mundo das bocas que não se calam, mesmo fechadas como caixas.

“Mundaréu Urbano”. Exposição virtual de peças reais. Foi inspirada no cotidiano esquisito das pessoas que vivem nas cidades grandes, mundos fragmentados que parecem reais, desconectados de suas essências, de suas verdades.


Museu de Arte do Parlamento de São Paulo

Emanuel von Lauenstein Massarani

Os desenhos de Lu Paternostro constituem uma espécie de exorcismo e, mesmo que revele a extraordinária habilidade da artista, suas minúsculas imagens englobadas numa só obra, parecem “explodir” automaticamente como um sortilégio ou uma obsessão.

Embora sua inspiração seja transcendental, nada é casual na sua execução. Cada particular é analisado e estudado minuciosamente. As figuras e as cenas, sejam elas estranhas ou harmônicas, são elaboradas numa linguagem clara e positiva, são aparições de grande sensualidade. O estilo é firme e também delicado, às vezes intrigante e apocalíptico mas intimista e pessoal.

Expressionismo e surrealismo estão hoje bem longe da chamada arte contemporânea, entretanto combiná-los de maneira tão pessoal evocam o lado lúdico profundamente ressentido pela artista. A justaposição de uma certa folia à razão, fazem com que suas criações circunscrevem o conjunto das atividades resultantes do desejo humano de “ultrapassar um limite”, de alcançar “o impossível.

Absolutamente monocromáticas suas criações são ao mesmo tempo cômicas e angustiantes. Representam muitas vezes um tumulto incessante, um vendaval implacável que agita e contorce as próprias formas.Guardadas as proporções, a obra de Lu Paternostro poderia ser comparada com a de Hieronymus Bosch: são imagens sensuais, alucinantes, com certa passionalidade, que demonstram a livre determinação de enfrentar a realidade da vida. Embora não assumindo uma posição entre o bem e o mal, ela exprime, sim um aceitação da vida como ela é, vida que deve ser vivida com dignidade e uma compreensão racional da natureza irracional do ser humano.