Ilustração "Portugueses e o Vira", da série "Imigrantes do Brasil". 
 Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Ilustração “Portugueses e o Vira”, da série “Imigrantes do Brasil”.
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Portugueses

Os portugueses, depois dos africanos, é o segundo grupo de imigrantes no Brasil.

Durante mais de três séculos de colonização, deixaram várias heranças na cultura e costumes do país, sendo a mais significativa a língua portuguesa e a formação do povo brasileiro.

Distribuídos por todo o território, estão inteiramente integrados à sociedade brasileira.

Portugal, em sua história, teve um momento de grande influência da cultura árabe, que mesclou vários aspectos de sua cultura com a cultura portuguesa, e que foram sendo trazidos pelos colonizadores para o Brasil. Exemplos da influência árabe são os algarismos arábicos usados até hoje. O moinho d´água, a cultura do algodão, o bicho da seda, a laranjeira, a cana de açúcar, a azulejo, a tela mourisca, a varanda, o “muxarabi”, o gosto pelo açúcar, a doçaria, o pandeiro e outros aspectos da cultura árabe-portuguesa no Brasil.

Inúmeras foram as heranças do povo português, principalmente na cultura tradicional do Brasil como os carnavais e entrudos, as festas juninas, cavalhadas, farras de boi, fandango, reisado, pastoris, as rodas infantis, além de um dos nossos maiores patrimônios imateriais: o bumba-meu-boi, uma dança dramática de origem lusitana, sendo hoje uma das mais típicas do nosso país.



Quanto às danças, as mais conhecidas são o Vira, gênero musico-coreográfico típico do folclore português, mais característico da região do Minho; o Fandango; a Chula; o Corridinho; a Cana Verde, onde homens e mulheres executam animadas coreografias com muitas palmas, guitarras e acordeões, danças que refletem as tradições de namoro e galanteio, executadas com grande alegria e exuberância de seus trajes coloridos e festivos.

Temos ainda o pau de fitas ou danças das fitas, onde um grupo de dançantes segurando fitas coloridas atadas a um mastro, executam os movimentos coordenados e vão trançando e destrançando as fitas ao redor do mastro, formando texturas típicas e efêmeras, criadas da coreografia dos dançantes.  

No folclore, os portugueses introduziram personagens típicos como a Cuca, o Lobisomem, conhecido em vários países da Europa, o Bicho Papão, a Mula-Sem-Cabeça, a história da Burrinha de Padre, lendas e personagens que povoaram o imaginário infantil de tanta gente!

Outro aspecto importantíssimo da influência portuguesa são os instrumentos musicais como o piano, a clarineta, o violino, o contrabaixo, o violoncelo, a viola, a sanfona, o triângulo, e até o pandeiro. Todos os instrumentos musicais básicos do choro brasileiro como o cavaquinho, a flauta e o violão, vieram também de Portugal.

Na religião, temos o culto ao Divino e a São Gonçalo de Amarante, grupos religiosos das folias ou bandeiras, recomenda de almas e tantas outras que hoje são tradições da cultura regional.

Já na gastronomia, a feijoada, criada pelos escravos, seria uma adaptação dos cozidos portugueses A jaca e a manga foram introduzidas pelos portugueses na colônia, assim como o habito de se comer alimentos com bacalhau.

A doçaria portuguesa tem um destaque a parte, e arrebatam nossa imaginação com seus nomes tão “ilustrativos” como: Pastéis de Nata ou Belém, Santa Clara e Coimbra, Toucinho do Céu, Pudim Abade de Priscos, Pinhoada, Fatias de Tomar, Barriga de Freira, Dom Rodrigo, Aletria, Papo de Anjo, Ovos Moles de Aveiro, Bolinhos de Chuva, Toureiros da Golegã, Tiborna, Pão de Ló e as Cavacas Portuguesas.


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Outra curiosidade interessante é que, a forma de comercializar pequenos folhetos com textos que contam fatos do cotidiano, temas religiosos, lendas e histórias fantásticas, pendurados em cordões ou cordéis, a Literatura de Cordel, foram trazidos pelos portugueses para o Brasil, desde o início da colonização. Porém, na segunda metade do século XIX, começaram as impressões de folhetos brasileiros, com características próprias. No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Hoje, porém, podemos encontrá-la em feiras, casas de cultura e livrarias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Os portugueses se miscigenaram aos índios e negros, formando a diversidade tão típica do povo brasileiro. 

O Vira

No desenho represento uma das mais conhecidas e tradicionais: o Vira, onde pode-se dançar aos pares ou apenas mulheres, sempre com as mãos para cima, provavelmente um gesto vindo do ternário da valsa tornando-se, segundo alguns autores, uma das mais antigas danças populares portuguesas. Chama-se Vira porque há uma “viragem” de corpos que é característica, fazendo com que a saia da mulher comece a forma um tipo de sino. “Ô Rosa, arredonda a saia”, como se costuma cantar. Usualmente dança-se em duplas que ficam em rodas ou filas, com constante trocas de casais.

Na imagem insiro a Guitarra Portuguesa, o mais  precioso símbolo dos instrumentos tradicionais portugueses. Podem ser também Guitarra do Porto, do Minho e de Coimbra. O pandeiro pode ou não ser utilizado, mas o usei porque enfeita bastante a imagem.

Além da guitarra, uma outra representação típica, é o Galo de Barcelos, um dos maiores ícones do turismo de Portugal. A lenda por trás do galo aumenta seu significado e importância para o povo português que o associa a virtudes, coisas positivas e sorte! Por isso é tão famoso, tão conhecido e até visto na fachada de igrejas seculares em Portugal.

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Por Lu Paternostro
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